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5 coisas que aprendi a trabalhar na Arábia Saudita

"À medida que nos aproximamos de outras realidades e as analisamos de uma forma mais próxima e intensa, adaptamo-nos e desenvolvemos competências que podem ser úteis a nível profissional e pessoal." refere Tiago Loureiro, inov contacto da 23ª edição.
5 coisas que aprendi a trabalhar na Arábia Saudita

Tiago Loureiro | C23 | Aquapor Serviços | Jeddah, Arábia Saudita

Respeito e compreensão

O que quero dizer com isto é que descobri que os árabes são um pouco diferentes e a forma como falamos pode implicar diferentes outcomes e consequências. O respeito pode ser a nossa maior arma e a simpatia uma das nossas melhores munições. Uma vez que se trata de um povo com um mindset maioritariamente tradicional, cheio de vícios antigos e ideias fixas, evitar intrigas e discussões demasiado longas poderá ser a chave para o sucesso. Valorizam bastante as hierarquias impostas pelas famílias e sociedade, em detrimento da conquista pessoal, algo que, de certa forma, ainda acontece em praticamente quase todo o tipo de culturas.

Melhor sentido de oportunidade

Ganhei um novo sentido de oportunidade não só no meu discurso, mas também na minha maneira de ser. À medida que nos aproximamos de outras realidades e as analisamos de uma forma mais próxima e intensa, adaptamo-nos e desenvolvemos competências que podem ser úteis a nível profissional e pessoal.

Jantar de empresa

Um espírito de luta mais controlado

O descuido pelo meio ambiente, e a desigualdade de géneros é uma triste mas forte realidade. Não é fácil ter uma adaptação total a um novo país quando este ainda tem problemas que entram em conflito com os nossos valores. Muitas vezes dou por mim parado no tempo e a refletir sobre como é que poderia ajudar, sem levantar muita areia.

Paciência com uma esperança renovada

Apesar do que referi anteriormente, sei que nada é definitivo e tranquiliza-me o facto de sentir que a força para os combater parece surgir dentro da própria sociedade do país. Penso que será tudo uma questão de tempo, e como engenheiro do ambiente feminista, gostaria de presenciar essa mudança o quanto antes, e com os meus próprios olhos. Ainda não parece haver um movimento que se destaque, mas já se sente a vontade para a mudança de paradigma. Uma vez que os mais jovens já se mostram preparados para encarar o mundo de uma outra forma.

Safari no deserto

Saudade

Por último, aprendi o que é ter muitas saudades do meu país e do meu povo! Muitas mesmo!

Ah... E também desaprendi. Tive de me adaptar à condução deles e desaprender a conduzir, uma vez que faço mais de 120 km todos os dias. Já estou a juntar dinheiro para voltar a tirar a carta.

Em suma, acredito que devemos aprender a aceitar melhor as diferenças culturais, não só para nosso benefício, mas também para todos os outros intervenientes. Aproveitando melhor estas diferenças para melhorar o nosso rendimento profissional e ultrapassar todo o tipo de desafios. Não há culturas melhores ou piores. Apenas existem algumas que não tiveram a mesma oportunidade de desenvolvimento ou grau de crescimento!

Mesquita Abdul Qadir Faqih