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5 perguntas ao Diretor Internacional da Porto Editora, Miguel Martins

Conversámos com Miguel Martins, Diretor Internacional da Porto Editora, uma das mais antigas empresas parceiras do INOV Contacto.
5 perguntas ao Diretor Internacional da Porto Editora,  Miguel Martins
Miguel Martins | Diretor Internacional da Porto Editora

A Porto Editora é uma das empresas parceiras mais antigas do INOV Contacto. Conversámos com o seu Diretor Internacional, Miguel Martins, sobre os desafios e sucessos do seu percurso profissional no âmbito da internacionalização do grupo, e o seu contributo no impulsionar de carreiras internacionais a estagiários do Programa, acolhidos em Moçambique e Timor-Leste.

Como caracteriza o papel da Porto Editora no mercado editorial?

A Porto Editora integra o maior grupo editorial português e, ao longo dos seus 78 anos de atividade, tem tido um papel preponderante na formação de várias gerações – mas não só! Com uma atividade editorial ampla e diversificada, a Porto Editora publica ficção, não-ficção, literatura infantojuvenil, manuais escolares e de referência. Fomos pioneiros na inovação tecnológica no setor da Educação (quem não se recorda da Diciopédia?) e, desde então, desenvolvemos dentro de portas vários projetos digitais, com destaque para a Escola Virtual, a maior plataforma de e-learning com milhares de recursos educativos que são diariamente utilizados por professores e alunos. Na área literária, somos a casa que acolhe centenas de autores portugueses e estrangeiros, entre os quais destaco o único Nobel de Língua Portuguesa, José Saramago.

De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?

Não posso deixar de “puxar a brasa à minha sardinha” e, por isso, destaco a internacionalização do Grupo Porto Editora, cujos primeiros passos foram dados nos anos 90. Contudo, apenas em 2002 foi fundada a nossa subsidiária Plural Editores Moçambique. A relação com os países que integram a CPLP continuou a ser consolidada ao longo dos anos e levou à implementação da Plural Editores Angola (2005) e da Plural Editores Timor-Leste (2014). Tal como a empresa-mãe, estas três editoras desempenham um papel fundamental nas áreas da Educação e da Cultura nos respetivos países. Mas a presença da Porto Editora além-fronteiras não fica por aqui: temos provas dadas um pouco por todo o mundo e, em virtude disso, o Instituto Camões, I.P. atribuiu-nos o estatuto de Empresa Promotora da Língua Portuguesa (que envergamos com muito orgulho), como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na promoção da língua portuguesa, nomeadamente através das edições para o Ensino de Português no Estrangeiro ou da plataforma de e-learning Português Mais Perto.

Que dica daria a um empreendedor do setor editorial que não sabe por onde começar?

No meu entender, uma editora bem-sucedida faz-se, sobretudo, de bons editores, paginadores, revisores e restantes profissionais indispensáveis para fazer chegar os livros às prateleiras de todo o mundo (mesmo que online). É fundamental apostar em recursos humanos, mas também na constante atualização dos meios tecnológicos, para garantir que todos dispõem das ferramentas necessárias para alcançarem os resultados que pretendem nas suas funções. E, claro, num mercado tão competitivo onde todos os dias brotam novas edições, é fundamental estar dotado de uma boa estratégia de marketing e de uma cadeia de distribuição eficaz para garantir que cada livro chega ao leitor certo.

Olhando para a sua carreira, lembra-se de algum acontecimento que no momento tenha parecido negativo, mas a médio prazo acabou por ter sido importante?

Quando cheguei à empresa, há 20 anos, temi que a minha inexperiência na área editorial fosse um entrave para desenvolver o meu trabalho com o brio que sempre procuro. Contudo, com o passar dos primeiros meses, à medida que fomos desenvolvendo a estratégia de internacionalização do Grupo, percebi que aquilo que podia ser considerado um handicap era, na verdade, uma mais-valia porque me permitiu abraçar este desafio sem “vícios”, com uma visão abrangente e, diria até, disruptiva.

Qual a mais-valia de receber estagiários INOV Contacto na Porto Editora?

Temos recebido estagiários nas Plurais Moçambique e Timor-Leste e, para nós, é uma excelente oportunidade para acolher jovens que trazem uma nova visão para estes mercados, promovendo a troca cultural que, por regra, origina experiências enriquecedoras para todos. Pelo acompanhamento que temos feito do percurso daqueles que passaram por nós, percebemos que tiveram no Grupo Porto Editora uma rampa de lançamento para uma carreira auspiciosa e, por isso, é com orgulho que nos sentimos, de alguma forma, padrinhos destes profissionais.

Obrigada, Miguel Martins.