Maldivas: "para férias, um paraíso, para trabalhar, não é fácil", refere o Marco Araújo, estagiário da 15ª edição do inov contacto

Marco Araújo | Ed. 15 | 2011 | Venetian Macau Ltd | Macau, China

É responsável por 1000 empregados, 119 vilas, 11 restaurantes e uma ilha privada. Afirma que “gerir pessoas é o mesmo em todo o lado. Basicamente é gerir personalidades e aqui, embora os locais predominem (cerca de metade dos funcionários são naturais das Maldivas), tenho 31 nacionalidades e pessoas de todas as partes do mundo”.

Para ele, os maiores desafios para quem trabalha nas Maldivas são:

1. Logística, os produtos demoram quase seis meses a chegar.

2. Isolamento.  Estar de férias nas Maldivas é um paraíso mas, para quem trabalha e está fechado dentro das ilhas, não é fácil. É necessário ter grande capacidade mental, não é qualquer pessoa que consegue estar fechada numa ilha, sem ver a família e os amigos nem sair da zona onde trabalha.

Recorda o estágio do inov contacto, afirmando que Macau foi um bom local para o começo para o seu percurso asiático: "ter o ocidente e o oriente juntos permitiu-me uma adaptação mais fácil. Tive sempre acesso a produtos portugueses, ao mesmo tempo que fui conhecendo a cultura oriental".

Após sete anos em Macau decidiu embarcar para a Tailândia, onde trabalhou cinco anos. Começou por servir alimentos e bebidas à mesa de restaurantes de hotéis, até chegar a diretor de operações e diretor comercial e no final de 2021 recebeu um convite para gerir o maior hotel das Maldivas, da cadeia Hilton, e não pensou duas vezes.

Deixa alguns conselhos aos jovens. Nos processos de recrutamento que realiza não procura experiência, mas sim personalidade e atitude. Refere ainda "muitas vezes é importante sair da zona de conforto e experimentar novas culturas e novos países para aprender e também trazer essas experiências para Portugal. Não tenham medo de sair, acreditem em vocês próprios. Neste momento, a Ásia é o top em termos de crescimento na hotelaria. Tudo o que cresce está na Ásia, quando olhamos para países como a China, percebemos isso. É preciso notar, também, que muitos europeus e americanos acabam por vir passar férias à Ásia".