Nina Margarido, estagiária na Colômbia: interculturalidade entre as principais vantagens de estagiar num país fora da Europa

A Nina Margarida, C23 e estagiária da Imperial S.A., em
Bogotá, na Colômbia, fala-nos das maiores vantagens de ter estagiado num país
fora da Europa. Destaca a riqueza das experiências de interculturalidade que
viveu. Para quem que nos últimos anos se dedicou por completo aos
estudos e, consequentemente, não auferiu rendimentos substanciais, visitar a
América Latina era um sonho distante. Em muitos momentos reflito na sorte que tive. Apesar de outros
destinos exigirem, decerto, uma adaptação maior, a Colômbia proporcionou-me
muitas vivências positivas. Uma delas foi viver numa cidade maior do que a
típica cidade europeia, maior até do que alguns países europeus, e aprender a
lidar com o caos que isso implica: caminhar 50 minutos para ir do ponto A ao
ponto B não me parece nada fora do normal, principalmente porque, olhando
para o mapa, percebo que relativamente à dimensão da cidade os kms que
percorri não correspondem a distância quase nenhuma. Bogotá tem lacunas que seriam impensáveis no contexto europeu:
apesar da promessa quase centenária, continua a não existir um sistema de
metropolitano, essencial para uma cidade tão populosa. Estar em Bogotá vai marcar-me para sempre, pela admiração com
que fiquei pelo carácter dos colombianos. Vivem num país que ainda apresenta
mostras de conflito armado, violência e pobreza e, mesmo assim, são mais
sorridentes e otimistas e do que a maioria dos portugueses. O facto de terem
vivido ou observado tanta adversidade e, apesar de tudo, poderem experienciar
cada dia torna-os altamente conscientes da dádiva que lhes foi concedida. Do ponto de vista profissional, a maior vantagem é desenvolver
a capacidade para identificar, aceitar, e conviver com diferenças de cultura
social e de trabalho. Apesar de tais diferenças estarem longe de ser das mais
desafiantes no contexto deste programa, há sempre ajustes necessários,
particularmente, aprender a lidar com a frustração de um “ahorita” ser para a
semana. Observar mismatches
culturais e ter a capacidade de não partir para a crítica imediata, por muito
que não se concorde, é das melhores ferramentas que se pode trazer para o
mercado de trabalho atual. Por fim, uma vantagem que aproveito ao máximo é a
possibilidade de viajar por preços baixos num país tão rico e diverso, tanto
para cidades como para aldeias. Essa tem sido a parte mais enriquecedora da
minha experiência. Estar fora da Europa, cultivar um mindset verdadeiramente global, estar
totalmente distanciada dos meus costumes e das minhas relações e ser
financeiramente independente pela primeira vez são, a meu ver, os principais
pontos positivos desta experiência. |