Hector Givaudan, responsável pelo Marketing Digital e Aquisição da Lovys, partilha o seu percurso com a Maria Inês Amaro, C24

Olá Hector. Para compreendermos melhor o
teu trabalho e como surgiu o teu interesse por esta área, podemos começar por
falar um pouco sobre o teu percurso académico e profissional. Vamos a isso? Chamo-me Hector Vera Givaudan. Nasci na Cidade do México e
estudei Marketing, com especialização em Marketing Digital. Tive a sorte de
ter tido várias experiências profissionais bastante diversificadas e em
setores diferentes. Já trabalhei na área de fitness, entretenimento e agora estou nos
seguros, fui consultor de marketing digital, gestor Customer Relationship Management (CRM)
na empresa Ticketmaster. Também
já trabalhei como coordenador de marketing digital na Snapfitness Franchise e
fiz parte de alguns projetos de empreendedorismo. Antes de começar na Lovys, estava a
trabalhar como consultor de marketing digital, o que considero um cargo ótimo
para adquirir uma visão “panorâmica” dos diferentes problemas e soluções que
fazem parte das várias fases de desenvolvimento de qualquer empresa ou startup. Finalmente,
comecei a trabalhar na Lovys
como consultor de marketing digital apenas 5 ou 6 meses depois de
a empresa ter sido fundada. Desde esse momento já passei por vários papéis e
responsabilidades noutras áreas, como o desenvolvimento de produtos,
nomeadamente nos seguros de habitação e de telemóvel. Atualmente és Responsável por Marketing
Digital e Aquisição. O que é que isso significa na prática? Tal como o nome indica, a minha responsabilidade central é
explorar e consolidar todos os canais de aquisição e distribuição de acordo
com as margens de performance
e rentabilidade definidas pela empresa. Alguns exemplos desses canais são o Google Ads e o Facebook. Além disso,
dou apoio à empresa no sentido de obter as melhores ferramentas do mercado
para analisar o comportamento dos consumidores e do seu percurso de consumo.
No fundo, obtenho dados e feedback
relevantes que podem ser utilizados para melhorar as taxas de
aquisição e conversão de novos clientes para cada produto. Durante o teu percurso, tendo trabalhado
em empresas de grande dimensão e agora numa startup,
quais são as principais diferenças no desenvolvimento de um projeto de
marketing digital? Se comparar a minha experiência na Lovys com a da Ticketmaster, por exemplo (a maior empresa
de bilhetes de entretenimento da América), diria que a grande diferença está
na liberdade e agilidade com que é possível, numa startup, experimentar e testar diferentes
estratégias e ferramentas. Outra diferença é que algumas empresas de maior
dimensão - líderes do seu setor- acabam por se tornar “preguiçosas” em termos
de performance
e, eventualmente, deixam de monitorizar algumas variáveis cruciais como o
Custo de Aquisição de Clientes (CAC) de forma tão rigorosa, dada a
dificuldade que isso representa. É necessário fazer um grande investimento a
nível tecnológico e, muitas vezes, quando uma empresa já é líder do seu
setor, pode gerar-se alguma falta de incentivo para continuar a investir em
fazer sempre mais e melhor. É claro que isto depende sempre da empresa em
questão mas, de uma forma geral, em empresas deste tipo, o nosso trabalho
costuma focar-se mais em manter a posição e o status quo do que na inovação. Ao longo da tua carreira, quais foram os
principais desenvolvimentos tecnológicos que revolucionaram o mundo do
marketing e, consequentemente, o modo como trabalhas? Aquilo que mais tem vindo a ter impacto nesta área é a
automatização do marketing, o desenvolvimento de ferramentas de análise de
comportamento dos consumidores e a capacidade de personalizar estratégias
para os diferentes nichos do público alvo. Nos últimos anos, temos assistido
a uma enorme variedade de mecanismos de automatização de marketing, através
de canais de aquisição, tais como o Google
Ads ou o Facebook,
bem como a um aumento de possibilidades de analisar o comportamento dos
consumidores. Relativamente à aquisição, vemos cada vez mais
"granularidade" na segmentação, o que significa que é possível
identificar e dividir o mercado em nichos mais pequenos. Isto permite-nos
encontrar os segmentos mais interessantes para nós e adaptar o nosso produto
de formas muito concretas, resultando numa melhor performance por campanha. De acordo com a tua opinião e
experiência profissional qual é a principal qualidade que alguém deve ter
para desempenhar com sucesso um cargo de chefia na área de marketing digital? Curiosidade, ser autodidata. Alguém com um espírito curioso é
alguém que conseguirá sempre adaptar-se a novas tecnologias e estratégias.
Uma pessoa com estas características consegue manter um processo contínuo de
aprendizagem, adaptando-se a qualquer novo método que possa surgir,
interessando-se genuinamente pelas diferentes possibilidades de testar todas
essas ferramentas e o seu contributo para a empresa. Para terminar: se pudesses ter
participado no INOV Contacto e fosses enviado para qualquer país no mundo
para realizares um estágio internacional na tua área, qual seria a tua
primeira preferência? Acho muito interessante toda a iniciativa do programa INOV
Contacto. Sem dúvida que se tivesse tido essa mesma oportunidade, teria
pensado seriamente participar! Uma experiência internacional é sempre de
muito valor, independentemente do sítio em questão. No meu caso, acho que se
pudesse escolher, adorava ser enviado ou para o Reino Unido ou para França
(Paris), por serem mercados muito diversificados a nível de oportunidades e
empresas nesta área, com uma grande projeção internacional e intercultural. Imagem de destaque: Cedida por Hector Vera |