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"Para uma sociedade se desenvolver é necessário que todas as crianças possam ter acesso à educação", Paulo Oliveira

Conhece o resultado da conversa entre o João Marcos estagiário do inov contacto em 2019 na Caetano Fórmula East África e Paulo Oliveira.
"Para uma sociedade se desenvolver é necessário que todas as crianças possam ter acesso à educação", Paulo Oliveira

João Marcos | Ed. 23 | 2019 | Caetano Fórmula East África, SA | Maputo, Moçambique

Paulo Oliveira é fundador e CEO do Grupo Salvador Caetano em Moçambique. É ainda membro do Conselho de Administração da Intelec Holdings, co-fundador e Administrador não executivo do Grupo Alentejo e co-fundador e administrador da Caetsu em Moçambique

A presença do Grupo Salvador Caetano em Moçambique vai muito mais além do próprio negócio. De que forma o Grupo tem participado em ações solidárias?

Pelos cargos que ocupo em diversas associações em Moçambique sei que o Grupo Salvador Caetano acaba por estar envolvido nas ações de responsabilidade social desenvolvidas por estes organismos, contribuindo assim para melhorar a qualidade de vida da comunidade.

Houve alguma ação solidária que o tivesse especialmente marcado?

Sim. Recordo-me de uma ação em específico: o apoio através de bens materiais e financeiros à construção da Escola Primária, no bairro de Juba, que beneficiou mais de 500 alunos desfavorecidos, da 1ª à 4ª classe. Este gesto teve um impacto muito significativo, permitindo melhorar as condições de ensino para estes alunos.

O ano de 2019 é indubitavelmente marcado por dois ciclones, Idaí e Kenneth. Quais foram as medidas que o Grupo encontrou para apoiar a população?

Participámos na causa social por vários canais. No âmbito do movimento Unidos Pela Beira contribuímos financeiramente, através da organização não-governamental Health 4 MOZ. Este donativo do Grupo permitiu, por exemplo, o envio de equipas médicas para a Beira para que pudessem ajudar a população vítima dos ciclones. Participámos ainda à Campanha Nacional de Solidariedade, promovida pelo Gabinete da Primeira-dama de Moçambique, que consistiu na angariação de fundos e produtos para ajudar a reconstruir a região centro do país.

Tendo em conta a realidade do país, o Grupo adota alguma política de responsabilidade social com os seus colaboradores?

Sim. O Grupo, na generalidade dos países onde está representado, adota políticas e comportamentos que visam o bem-estar dos seus colaboradores.  Em Moçambique implementámos algumas dinâmicas que passam nomeadamente pela oferta de assistência médica, distribuição de alguns alimentos diários, como é o caso do leite ou do pão e um apoio que garante a cobertura de despesas decorrentes de funerais de familiares próximos.

Considera que a responsabilidade social é benéfica para a imagem e para o negócio do Grupo?

A responsabilidade social é cada vez mais, importante para as empresas pelo impacto positivo que tem na comunidade em geral. No entanto, e no nosso caso em específico, costumo dizer que exploramos esta imagem de uma forma muito low profile. Ficamos orgulhosos por os nossos colaboradores se sintam motivados e a  sociedade em geral tenha um benefício real fruto das nossas práticas. Mas não é uma prioridade publicitarmos isto para os nossos clientes ou stakeholders. O mais importante é fazer e ajudar.

Para terminar, e tendo em conta a sua experiência em Moçambique, sobre que áreas devem incidir as ações solidárias?

As dificuldades em Moçambique são imensas e todas as áreas são importantes. Se tivesse que priorizar diria que existem duas áreas mais críticas. A primeira é a educação. Não podemos ter uma sociedade evoluída sem uma educação competente. É necessário que todas as crianças possam ter acesso à educação. Reforço que aqui o ponto é a qualidade e não quantidade. A segunda área é a saúde. O crescimento populacional em Moçambique tem vindo a impor mais desafios, e com isso assistimos a uma degradação do bem-estar da comunidade.  O estado precário dos cuidados de saúde é em grande medida consequência do atual nível de desenvolvimento socioeconómico.

Imagem de destaque: cedida por Paulo Oliveira